Eu aqui, Lendo um livro qualquer... 

( A ciência dos magos - Giuliano Kremmerz ( livro muito bom, mas um pouco extenso e pesado para iniciantes, no estilo da alta magia do Eliphas Levi, repito, um livro muito bom))

Tive uma luz!

Em todo esse tempo, sempre em todos os livros, é dito que os bruxos, wiccanos e alguns adeptos de outras linhas de magias devem comemorar as trocas de estações, os Sabbaths, mas em poucos lugares te explicam o porquê disso, simplesmente é o que deve ser feito e pronto, como a receita de um bolo, vai farinha, vai fermento, você pode não saber pra que que o ovo serve, mas sabe que ele tem que ser colocado ali, e assim fomos repetindo, e copiando, e colando durante anos, para que todas as mentes, menos e mais desenvolvidas tivessem a prova do que era o bolo, e para que todos conseguissem realiza-lo com eficácia.

Mas então, porque comemorar os Sabbaths? 


Vou dar um exemplo prático, eu dês de que comecei a estudar Wicca, sempre fui muito intuitiva, fazia o que sentia que tinha que fazer, lia muito sim, lia a receita do bolo lá que inclusive me dizia que eu tinha que ser intuitiva. E eu me obriguei a comemorar alguns sabbaths, logo no inicio, mesmo que sozinha, trancada no quarto, como quem canta parabéns pra si própria e assopra as velinhas do bolo, sem ninguém pra partilhar da comida (fisicamente), e da alegria, ( que alegria?) Então nesse dia, meio triste alí, só eu a Deusa, eu tive a resposta, de que eu não precisava comemorar os Sabbaths, que seria como fazer uma festa de aniversário só pra você, mas que eu devia sim sentir os dias, e lembrá-los

Então assim se seguiu na minha caminhada mágica, dês dos meus 12 anos (+1 ano e um dia), até hoje, 25 (totalizando 13 anos como auto iniciada (considerando a data da minha iniciação e não do meu aniversário óbvio )) e muitas vezes, durante esses anos, muitas mesmo, eu senti o dia de sabbath, sentia alguma coisa estranha no ar, como se estivesse mais fácil de enxergar, ou no ambiente, como se todo mundo estivesse doido, como os pássaros que perto da primavera ficam afoitos querendo copular, isso acontecia tanto próximo da primavera quanto em outros momentos, como todas as pessoas irritáveis, facilmente, inclusive eu, daí vem aquela frase - conheça a ti mesmo e conhecerás os segredos do universo - que você pode ler mais ou menos assim, sou humana, então, me conhecendo, conhecerei os outros humanos, me observando, entenderei sem precisar observar, os outros humanos. Então eu também observava o dia, a natureza, se eu notava que existia algo de diferente, naquele dia em específico, não só no mês ou na estação, mas sim no dia mesmo, todas as vezes que eu fui averiguar a data, estávamos em uma data de Sabbath, quando não estávamos, estávamos em alguma data importante, como uma super lua (dia em que a lua esta mais próxima da terra então parece maior) ou próximos a um eclipse, ou passando por uma tempestade de meteoros. Então eu pensava, sim a minha Deusa esta me avisando dos dias dos Sabbaths, e por eu estar bem conectada, tenho sentido, o que significa que estou no caminho certo, como Wiccana. 

Até hoje, eu não sei quando que se comemora o Beltain, pelo hemisfério sul, não decorei a data, nem o Samhaim, nem o Imbolc, ou o Yule, mas eu vou te dizer, eu sempre sei quando estamos no dia deles. 

Ok, agora guarde essa historinha acima, na memória, e vamos começar outra historinha um pouco mais complexa. 

Nosso mundo gira, em torno do seu próprio eixo, em volta do sol, e a lua gira em volta de nós, (pensando em extraterrestres agora... ok foco foco... mas vou anotar aqui - se extraterrestres de um planeta de nove luas morarem na terra eles viram humanos? seus corpos começam a se adaptar aos nossos sentimentos ? )
E nosso planeta tem uma órbita, e essa órbita se alinha com outros planetas, e esses planetas também tem uma órbita, e depois nós temos as estrelas. 

Se partirmos do pressuposto de uma lei de um determinado físico ( que eu não lembro o nome) que todos os planetas estão interligados e todos possuem uma ação, e que o movimento de uma pedra caindo por exemplo em um outro planeta, poderia causar interferência nesse planeta, ou como no efeito borboleta (não não é o filme, quase...) em que o bater de asas de uma borboleta poderia causar um furacão em outra parte do nosso planeta. 

E que, os antigos, definiram, através da observação das estrelas, quando seriam as datas dos solstícios e equinócios ( Estonehenge e outros observatórios). 

Podemos pensar que os planetas e as estrelas tem influencia sobre nós, Astrologia, e não só sobre a hora em que nascemos (ascendente) e o dia (nosso Signo), mas sobre todo o nosso organismo, e as nossas condições, emocionais, fisiológicas, assim como sobre a plantação. Se você tem achado esse papo muito doido até aqui, observe as marés, ninguém nega que a lua exerce influencia sobre as marés; e que o estágio da lua, exerce influencia sobre a vida marinha, peixes, acasalamento, caranguejos, etc... E o sol, o sol também exerce influencia sobre nós, sobre o nosso humor em um dia lindo de sol, como sobre a vitamina, k por exemplo ( acho que é a K ) que só se ativa quando somos expostos ao sol; ou quando vemos a luz do sol ao acordar, tanto que pessoas que não veem os raios do sol ao acordar, pessoas que trabalham a noite por exemplo, tem mais propensão a ficarem doentes, terem depressão, e outras coisinhas ai, por isso recebem adicional noturno. 

Então partindo do Macrocosmos pro Microcosmos, do grande pro pequeno, do universo todo pro ser humano, nós aqui na metade do caminho temos as estações. 

O sol influencia nas estações, a terra, influencia nas estações, observe as plantações, cada semente tem a sua época, assim como cada pessoa cada Bruxo tem a sua data de iniciação, (não! definitivamente não, você não precisa seguir aquilo de que Imbolc, Ostara ou Beltain é a melhor data pra se iniciar novos bruxos) cada semente tem a sua época de plantio, e de germinação, vocês sabiam que uma semente de cerejeira demora um ano todinho pra germinar? (vocês já plantaram uma cerejeira? eu já) e que se ela não é exposta ao frio rigoroso do inverno, (como o aqui do sul do Brasil)  ela não germina, ou seja, se você pegar uma semente de cerejeira e plantar na bahia, é bem provável que aquela semente nunca germine. 

((**Divagando**))
Assim como você pode ensinar um aprendiz (plantar a semente), e ele nunca germinar, até ser exposto as condições ideais, que pra cada pessoa é diferente, e depois quando você vê, como um milagre, ele floresce, germina.  

Exemplo prático: Eu sempre ensino quem me pergunta, e assim vou espalhando as sementes por aí, muitas, mas muitas vezes, eu senti como se tivesse jogando palavras ao vento, e já fui dura com certas pessoas (uma em especifica) e me neguei a continuar ensinando porque eu sentia que era como se eu estivesse fazendo um trabalho em vão porque a pessoa teimava em não querer entender nada do que eu dizia. Anos mais tarde, eu nem lembrava mais daquela semente / aprendiz, a pessoa me achou, e pra minha surpresa, continuava como wiccana, me agradeceu muito, disse que releu as nossas conversas antigas e que ela era muito imatura pra entender, e que hoje ela conseguia entender isso, e me agradeceu por eu ter apresentado a wicca pra ela da minha forma. Me senti orgulhosa, como se eu tivesse plantado uma semente por ali, de passagem, e nunca tivesse regado, e algum dia a árvore ali crescida me chama e diz! Ei olha eu aqui obrigado por me plantar! E eu penso, eu? Tem certeza? eu te plantei?  Bom ... de nada! Diferente de outros aprendizes, aos quais você fica alí, plantando e cuidando, como uma orquídea, e que crescem, e se tornam magos de primeira, e começam a germinar, e espalhar novas sementes. Mesmo nesse processo, com o aprendiz que você fica bastante tempo junto, você tem períodos de afastamento, normal, se você não se afasta ele próprio se afasta, e depois retorna, faz parte do processo, as pessoas devem ser ensinadas a pescar, você jamais deve  fazer como alguns bruxos charlatões por aí fazem que é dar o peixe para o aprendiz (para poder continuar cobrando pelo peixe) , e nem pescar por ele. Jamais! Do contrário, você acaba por perder seus benefícios de Alta sacerdotisa/ sacerdote , e cai. 

E com uma semente que germina eu não quero dizer apenas na Wicca, qualquer religião leva ao mesmo fim, cada pessoa tem o seu caminho a seguir, mesmo seguindo pra Umbanda, espiritismo, Budismo, Nova Era, Cristianismo, etc... Essas pessoas podem ser consideradas uma semente que germinou, porque ela encontrou o caminho dela, e a sua fé, e você foi o caminho necessário pra que ela chegasse ao caminho dela. 

Mas jamais encare ensinar de graça como caridade, não é caridade, é missão de vida, e você recebe, da vida, da Deusa, da Lei do Retorno, tudo o que plantou. Se você plantar o Bem, terá o Bem, se Plantar o Mal terá o Mal. Não queira colher limões se você plantou melancias. A natureza sempre se encarrega de fazer com que as coisas se encaminhem pro equilíbrio.
((**Divagando** ))


Bom. Voltando ao assunto principal, Sabbaths, você comemora os sabbaths porque deve entrar em contato com essa energia, com essa sintonia para se tornar uma Bruxa, uma Sacerdotisa, um Mago. É isso que com o tempo vai te tornando mais bruxo, e com... Comemorar, eu não quero dizer que você deve ir lá e preparar o altar de acordo com a estação, como alguns bruxos solitários fazem, Nem decorar o dia do sabbath e no dia do sabbath ( apenas no dia do Sabbath) preparar um mini círculo e ficar lá no centro sem sentido nenhum, você, os Deuses e os quadrantes, e depois você come lá o bolo ou a frutinha que separou, porque? bem porque o livro diz que tem que ser assim. 

Eu digo comemorar os Sabbath com VIVER AQUELE DIA, comemorar aquele dia! festejar como os antigos festejavam com amigos, ou solitariamente, fazendo o que você quiser!

Dês de que você sinta a emoção daquela data e o que ela carrega junto com ela, o principio da Primavera, o inicio do inverno, o véu mais fino entre nós e o mundo dos mortos, o meio do inverno, o meio do verão, e depois de lembrar aquela data, aquele dia e o inicio daquele dia, viver toda a estação. não esquecendo qual estação nós estamos, e em qual período nós estamos, porque isso define como são as pessoas, você e o mundo a sua volta. Também admito que se você entende bem a data sabe os Rituais perfeitos pra se fazer naquele dia, e as magias mais perfeitas pra se fazer naquele dia, porque é um dia de Poder, isso é inegável.

Pense naqueles grupos de wiccanos, Bruxos ou Druidas que comemoram aqui, no Hemisfério Sul, os Sabbaths do hemisfério Norte? ou seja, quando estamos na estação inverno, eles estão comemorando o verão, e quando estamos na estação outono, eles estão comemorando a primavera. Eu abomino esse tipo de grupo, e também tenho um pouco de pena deles sabe; um pouco não, muita pena, porque eles não entendem como a coisa funciona. Usam diversas desculpas, como a de estarem conectados aos bruxos de lá, daquele hemisfério, como a ordem iniciática ser de lá, mas a verdade é que eles começaram fazendo errado porque começaram a ler um livro importado, e não tiveram a autoconsciência de corrigir-se. E dessa forma, eles se desconectam da natureza, acabam vivendo o mundo dentro da cabeça deles, a magia apenas dentro da cabeça deles, e com isso, fazem o que a gente chama de "teatrinho", A magia claro que pode ser que tenha algum efeito, até porque a mente é responsável por grande parte da magia, mas a chance de você ficar doidinho participando de um grupo desses é enorme. Nem as fadas¹ entendem eles. 


Você já notou que tem épocas que parece que todo mundo começa a mudar o status do relacionamento pra "namorando" no facebook? Isso não significa que o seu facebook esta te mandando uma mensagem de que você é uma/ um encalhada (o), só significa os períodos em que as pessoas estão mais aptas a ficarem juntas, assim como em outras épocas parece que todos os seus amigos surtaram e começam a colocar frases de indiretas no facebook e a brigar. 

Então, comemoramos os Sabbaths, porque tudo esta interligado, assim como os nossos corpos e as nossas emoções, estão interligados, e os poderes, da natureza, vem a você se você se aproximar da natureza. 

Hoje, eu fiz carinho em um cavalo, ele estava arisco, com medo de mim, demorei muito pra conseguir tocar nele, usei algumas técnicas que aprendi com um domador (vide o livro encantador de cavalos), e outra que aprendi num filme, eu ... de alguma forma, assoprando o nariz dele, ou tocando nele quando ele permitiu, e eu toquei com muito orgulho! foi o cavalo mais lindo que eu já vi! Me conectei com aquele animal, com a alma dele, eu senti quando me afastei e fui embora ele querendo que eu voltasse, ele estava ansioso querendo ser montado, no final da noite, quando eu já estava em casa, eu senti que o cavalo estava competindo, e que o dono (um homem, eu que sabia que era um homem ao tentar me conectar com o cavalo sentindo a energia, mas nesse momento eu vi o homem montado nele) , ficou muito surpreso, com a energia e o empenho que o cavalo teve naquele dia, sem medo, corajoso! Orgulhoso! E fez o melhor de si! 

Se o cavalo realmente competiu com o dono, eu não sei, e não tenho como provar, mas na magia as coisas são assim, você aprende a não duvidar muito, se não acaba enlouquecendo com as possíveis respostas que não existem (ou que você ainda não sabe) exatamente como você espera, como o seu consciente pensa que devem ser as coisas.  Pode ser que o cavalo tenha sonhado tudo isso, porque ele queria sair dali pra dar uma volta, estava agitado, entediado, e é um cavalo bem, palhaço, divertido, mas um pouco covarde, não sei que tipo de sustos ele tomou um dia antes considerando que a grade da baia dele estava amassada, ou se ele estava agitado por causa da multidão, ou da viagem que fez, o que eu sei, foi que me surpreendi com o meu poder esse dia, de me conectar nele, eu amo cavalos! E não, o cavalo não é meu animal totem, foi só, um .. e aí alma do cavalo! Aqui é a alma de uma Bruxa! 

Blessed BE!






1. Fadas no sentido de elementais, não no sentido de Bruxa boa. As fadas que gostam de crianças, e devem achar muito curioso e engraçado esse tipo de gente que faz as coisas ao contrário, como descer pra cima. 




Os segredos do Sangue

******Primeiro eu gostaria de salientar que esse trecho foi tirado do livro "Bruxaria Hereditária, segredos da antiga religião, Raven Grimassi", gostaria de salientar a palavra ANTIGA RELIGIÃO, a wicca deriva sim de religiões antigas mas praticas arcaicas como sacrificios tanto de animais quanto humanos não são de hipótese alguma aceita, e nem vistas com bons olhos pela Deusa, pois ela é mãe de todos, e matar um animal se não for pra manter a própria vida (ou seja: para comer) e alimentar mais vidas é inaceitável.E nem devo citar que matar humanos e come-los tambem é loucura além de ser errado e contra a lei, estamos falando de uma era arcaica e primitiva aqui embaixo, use seu bom senso. O texto foi copiado devido a falta de textos que expliquem sobre o sangue na bruxaria e os segredos e magia que o envolvem. Devo enfatizar que não apoio nenhuma pratica de magia com sangue, que envolva o corte do corpo de outrem ou do próprio corpo seja humano ou animal. O conteúdo é meramente educativo a nível de curiosidade.

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Nas primitivas comunidades tribais, o caçador e o guerreiro tinham um lugar muito significativo na sociedade. O mais valente e mais hábil entre eles era honrado pela tribo e considerado um líder. em muitos casos, o bem-estar deste individuo afetava o bem-estar da tribo. Mesmo hoje, as doenças de nossos líderes nacionais são sempre minimizadas e eles estão sempre "se recuperando bem". Para entender este antigo relacionamento, devemos considerar certos aspectos e conexões.
Antes que os humanos aprendessem a arar e criar gado, a caça era essencial à vida. Sem bons caçadores, os clãs morreriam. Caçar era perigoso, pois os humanos ainda não haviam se elevado na cadeia alimentas; as armas primitivas, como a clava e a lança, exigiam que o caçador ficasse próximo da presa e os ferimentos eram muito frequentes; muitos caçadores perdiam a vida ou ficavam aleijados como resultado da caçada. Com o tempo, o caçador tornou-se o guerreiro, arriscando a vida pela tribo. As necessidades da tribo, fossem de alimento ou de defesa, exigiam o melhor caçador ou guerreiro que a tribo pudesse oferecer.
Através dos séculos, este conceito se formou e evoluiu junto com a consciência religiosa da humanidade. O conceito de deidade e de seu papel na vida e na morte começou a ser refletido dentro de rituais e dogmas do clã. Finalmente, surgiu a idéia de mandar a melhor das pessoas da tribo diretamente aos deuses para obter favores: este foi o começo do sacrificio humano. Aqueles que se dispunham a morrer de boa vontade se tornariam deuses também. O conceito de fazer oferendas aos deuses não era nada novo nesta época; o costume de colocar comida, flores ou caça ja era uma pratica antiga. Oferecer alguém da própria família era considerado como a mais alta oferenda que a tribo poderia fazer; entre as oferendas humanas, o sacrifício de um humano desejoso de morrer era a maior das possibilidades. Com certeza. acreditava-se, os deuses concederiam à tribo qualquer coisa, se alguém oferecesse a própria vida de boa vontade.

O culto da oferenda de sacrifício deu inicio a uma linhagem sagrada de linhas sanguíneas. Os dirigentes da antiga Roma e do Egito eram considerados por seu povo como descendentes dos deuses, ou até mesmo como deuses. Membros específicos da tribo mostravam algumas evidencias de linhas genéticas que levavam até ao Velho Sangue originário de fora da Terra completamente. Isso levou a prática de sacrificar reis (o melhor do clã) e as linhas sanguíneas reais se tornaram extremamente importantes. Este é o conceito conhecido na religião pré-crista européia como Deus sacrificado ou Rei Divino.

Uma vez sacrificado o rei. Seu sangue e carne eram distribuídos entre o clã e na terra; partes do corpo eram enterradas em campos cultivados para assegurar a colheita. Sangue e carne eram consumidos pelos membros tribais, uma forma de enterro nos estômagos do clã. Um conceito similar também e encontrado no rito cristão da comunhão, associado ao corpo e sangue de Jesus. 

Depois que o sacrificio humano foi abolido, o costume continuou no ato de queimar oferendas de sacrifício em piras funerárias. Remanescentes desta prática aparecem ainda hoje na Itália, na queima da efígie de Befana, conforme descrito Ways of the Strega. As linhas de sangue ainda são muito importantes entre as famílias de Bruxas hereditárias; ter sangue de Bruxa, ou ser do sangue, como se costuma dizer é essencialà transmissão dos segredos da Arte dentro das antigs tradições familiares. Muitas famílias do Velho País nem discutem a Arte com alguém que nao seja do sangue. Este é um dos obstáculos mais difíceis em tentar ensinar (e manter) a Antiga Religião. guardar segredos do sangue é algo com que se cresce, como parte integral da compreensão do self.

No mito do Rei Divino/ Rei Sacrificado, o sacrifício é apenas parte da história; trazer de volta o melhor membro da tribo depois de manda-lo para o sacrificio era igualmente importante. Para tal proeza, criavam-se rituais para fazer renascer os deuses sacrificados e cuidadosamente traçavam-se linhas de sangue; donzelas especiais eram treinadas e preparadas para efetuar o nascimento. Elas eram virgens tipicas, inseminadas artificialmente para que nenhum homem pudesse ser identificado como o verdadeiro pai. 

Com o amadurecimento e a evolução da consciência humana, o sacrificio humano evoluiu para o sacrificio animal. que tem sido chamado de ritual do bode expiatorio. Com o tempo, esta prática tornou-se o sacrificio de um vegetal - ainda hoje encontramos a "ingestão da deidade" na cerimonia de bolos e vinhos (carne e sangue) de nossos rituais.

Na antiga tradição, era através da conexão entre corpo e sangue da Oferenda de Sacrificio que as pessoas se tornavam um com a deidade. Este é, essencialmente, o conceito do rito cristão da comunhão ou celebração eucarística. Na "Ultima Ceia", Jesus declara a seus seguidores que o pao e o vinho são o seu corpo; em seguida, diz que dará a vida por seu povo e exorta-os a comer de sua carne e beber de seu sangue ( o pão e o vinho).

Acreditava-se que o sangue continha a essência da força vital. A morte do rei libertava o espirito interior sagrado e pela distribuição de sua carne e seu sangue ( para o povo e a terra), o céu e a terra eram unidos e essa energia vital renovava o reino. Remanescentes dessa prática ainda podem ser claramente vistos na antiga Religião, embora sejam velados e altamente simbólicos. O Rei Divino/ Deus Sacrificado aparece sob vários aspectos através dos tempos; sua imagem pode ser vista em Jack-in-the-Green, O Homem Encapuzado, O Homem Verde e o Enforcado do Tarô. Ele é o Senhor da Vegetação, ele é a Colheita e, em seu aspecto selvagem ( ou livre), é a Floresta.


O Príncípio do Rei Divino nos Tempos Modernos

Você pode estar pensando sobre a relevância deste conceito nos tempos modernos. Os princípios do Rei Divino/ Deus Sacrificado podem parecer completamente estranhos e anacrônicos em nossa chamada Era do Esclarecimento. Pode parecer uma surpresa saber que ainda vivemos numa sociedade como esta mesma antiga idéia fixa, mas pense nos fãs e nas celebridades de qualquer tipo como um exemplo desta mentalidade.

A primeira vez que este antigo princípio nos tempos modernos me ocorreu foi quando observei as pessoas falando sobre os times de futebol delas. Uma pessoa diria"ah nós arrasamos com vocês no desempate..." a outra contaria as vitórias precedentes do seu próprio time. Elas estão se identificando com os vencedores quando usam o termo "nós". Comecei a notar como as pessoas exibem sua coleção de objetos autografados, que foram propriedade de algéum famoso; isso parece eleva-las de algum modo, e os outros são levados a admirá-lá pelas relíquias que possuem. Isto se aplica muito bem aos fãs de astros do Rock ou de cinema.

A pessoa que possuía o objeto não tinha mudado ou melhorado desde o dia antes de comprar o objeto; então por que ele ou ela era agora um foco de admiração? A resposta está no fato de que ele ou ela agora possuíam um pedaço de moderno herói popular; a porção de poder havia sido transferida a ele ou ela através da conexão com o objeto, antes em íntimo contato com o herói. Esta é a base do antigo princípio; algo profundamente embebido na mente grupal e em nossa antiga memória genética.

Este conceito pode ser levado ainda mais além se pararmos para considerar os efeitos de ter o time "número um" como sendo da própria cidade de alguém. Observei este fenômeno aparecer quando um time de uma certa cidade se qualificou para seu primeiro jogo do campeonato. A comunidade tornou-se viva e unida de um modo como eu nunca havia visto antes; bandeiras apareceram em todos os lugares e quase todo mundo usava as cores do time. em qualquer lugar que eu fosse, as pessoas diziam "vamos ganhar" ou "nós somos os melhores", como se as ações do time de algum modo pudessem provar que a própria comunidade era a melhor.

Nos tempos antigos. o Rei Divino/ Deus Sacrificado recebia o melhor que a comunidade pudesse lhe oferecer durante o último ano de sua vida (enquanto em sua plenitude). Hoje, nossos heróis esportistas ganham milhões de dólares que ganham apenas para nos entreter ou será que estamos extraindo deles mais do que realmente percebemos?

Quando vemos nossos próprio self mais elevado na representação que o ator faz de um herói valente ou quando ganhamos prestígio através das vitórias de nossos atletas, o que realmente estamos fazendo é nos conectar com um princípio muito antigo. somos, nesses momentos, um antigo caçador-coletor admirando nossos mais poderosos caçadores e guerreiros e querendo ser iguais a eles. Neles, percebemos aquela realidade maior que a soma de suas partes; é, talvez, algo de um outro mundo ou de outro reino; talvez seja até algo dos próprios deuses.

As velhas procisões feitas a reis e rainhas continuam hoje em nossas celebrações de vitória. Em muitas culturas antigas, o chefe era considerado pelo povo como um deus ou descendente de um deus. Já que os chefes representavam a base espiritual de poder do próprio clã, era então necessário preservar a pureza de sua linhagem sanguinea, assegurando que fosse passada através de sucessivas gerações. Identificar-se com eles, ser um com eles, era um princípio que dava poder aos indivíduos; isso os fazia de algum modo mais próximos daquele algo que era do sangue.

Nos primitivos tempo do Culto da Bruxa, ensinava-se que os dons de habilidade psíquica eram transmitidos e conservados através de um elo de sangue direto da Antiga Linhagem de Sangue ou indiretamente descendentes, pelo fato de terem consumido Sangue Real durante sua iniciação na classe de sacerdote/sacerdotisa.

Num sentido metafísico, qualquer um que consumisse a essência de tal descendente também possuiria o príncípio oculto; isso lhe dava poder para passar adiante o verdadeiro corpo do Rei Sacrificado. Mais tarde, a passagem através da troca de fluídos corpóreos sexuais substituiu certos aspectos de ritos de sangue, e pode ser encontrada hoje em alguns aspectos rituais da Iniciação de Terceiro Grau, comumente conhecida como Grande Rito.


A Semente do Sangue

Quais são as qualidades que tornam alguém astuto, valente ou heróico? Quais os atributos de alguém que é um líder natural e gera carisma? Seriam apenas trações genéticos, simples química, códigos de DNA? Ou essas coisas emanam de uma outra qualidade semelhante, transmitida de uma geração para a outra? Certamente não sou um especialista em genética, mas me aventuro a dizer que os trações mencionados não são simples programas genéticos, ativados aqui e ali quando necessários; muitas vezes, os indivíduos mais tímidos conseguem realizar os feitos mais corajosos e até mesmo indivíduos obscuros podem subir a poderosas posições de liderança.

Na Strega, acredita-se que uma propriedade oculta é passada pelo sangue para as outras gerações; ela aparece mais pronunciada em alguns indivíduos do que em outros, e portanto, é chamada O Dom. Esta qualidade pode surgir em qualquer indivíduo, não importando a sua nacionalidade, e acredito que seja a força de poder que está por trás de qualquer um que realize seus sonhos ou consiga seu lugar na história. Muitas pessoas famosas afirmam que sempre se sentiram destinadas à fama ou à fortuna; deste crianças, ouviram uma voz interna ou sentiram que seriam alguém especial.

Depositada em estado latente na pessoa comum, está a antiga semente que contém o poder de atingir grandes objetivos. Isso é facilmente visto nas crianças que imitam super-heróis em brincadeiras; é vislumbrado no sonhar acordado dos adolescentes e naquelas pessoas únicas que "marcham ao som de um tambor diferente" com o tempo, muitas pessoas perdem de vista a semente de potencialidade, eventualmente rendendo-se ao serviço de outros, em seus empregos e famílias; no entanto bem dentro delas (como uma semente sob a neve do inverno) está a corrente adormecida de uma era diferente, na qual o mundo era novo e a mágica estava viva.

Essa antiga corrente é como um rio fluindo do passado; é, em parte, a Consciência Espiritual de nossos Anciãos que pode ser aberta pelas técnicas mágicas deles as velhas oferendas familiares. A memória está lá, dentro de nossa própria linhagem sanguínea, levada durante inúmeras Eras por nossos próprios Anciãos pagãos; é preciso apenas uma leve mudança na consciência para acessar a corrente ancestral, junto com um simples ponto focal conhecido como altar.

Fonte: "Bruxaria Hereditária: Segredos da Antiga Religião, Raven Grimassi.